Inês Brasil: o marketing que deu certo

23 de junho de 2016

Pelo visto não são só as Kardashians que tem o poder de quebrar a internet. Na quarta–feira do dia 17, a Netflix levou todo mundo à loucura quando divulgou um material promocional da nova temporada da série Orange Is The New Black, protagonizado por ninguém menos que a rainha dos memes e fenômeno da internet, Inês Brasil. Levando a sério a ideia de regionalizar as suas atrações, o serviço de streaming, que já havia contado com a participação de Valeska Popozuda no começo da temporada passada, apostou na imagem da webcelebridade que aparece com o uniforme da prisão Litchfield e contracena com a personagem Piper Chapman (Taylor Schilling). Um dia depois, o vídeo já contava com mais de 150 mil curtidas e cerca de 120 mil compartilhamentos no Facebook.




Inês é a prova viva do impacto que um marketing pessoal correto pode causar. A carioca ficou conhecida após seu vídeo de inscrição para o "Big Brother Brasil" cair na rede em 2013. Mesmo nem chegando a participar de qualquer seleção, apesar de ter tentado entrar no reality show durante cinco anos, seu vídeo acabou agradando muitos internautas. De lá pra cá, ela vira meme com frequência e aproveitou da fama na internet para ganhar dinheiro. Inês faz muito mais sucesso que vários ex-BBBs que sumiram do mapa ou ganham alguns "trocados" apenas com presenças vips em eventos. "Ela faz cerca de 20 shows por mês e o cachê está em torno de R$ 12 mil", contou o empresário dela, Thiago Araújo. O sucesso é tanto que, em 2015, assim que a página oficial do Grammy no Facebook propôs um aquecimento para os nomes que deveriam estar entre os vencedores, não teve lugar para nenhuma diva pop. Bastaram alguns minutos para o nome de Inês ficar entre os mais comentados na rede social. "Inês Brasil best be nominated", clamavam os fãs em corrente para elevar o nome da cantora do hit "Make Love" junto à premiação. 






Além dos seus shows mensais, aparições e a popularização da sua imagem na internet, Inês se consolida cada vez mais no meio LGBT e já é considerada por muitos como a “musa dos gays”. Ela soube aproveitar tão bem seus “15 minutos de fama” que com todo o dinheiro que ganha já conseguiu comprar sua casa própria, localizada em Bangu, na Zona Oeste. Além disso, comprou duas casas para suas filhas, Monique e Júlia, além de investir em negócios próprios. 





Inês passa longe do que a sociedade costuma considerar como padrão, tanto fisicamente quanto na sua personalidade - ao mesmo tempo que é carismática e cativante, pode assustar por ser o tipo de artista que a maioria não está acostumada: a que fala o que pensa. Ela incorpora um personagem, mas não deixa seu lado humano e humilde de lado – mesmo sem nenhuma instrução acadêmica e sendo mulher, negra e de periferia, ela conseguiu cair nas graças do público e mostrar seu potencial. E qual lição importante isso nos dá? Vamos deixar a própria falar:




Basta ter carisma, simplicidade e sinceridade – e, claro, a galera do marketing. Graças a Deus!


Caroline Oliveira

Maquininha de afeto e ron-ron

10 de junho de 2016
       

         Juquinha chegou até mim no dia 23 de dezembro de 2015. Lembro que fui buscá-lo sem falar com ninguém, cheguei em casa com a cara, a coragem, a caixinha e o gato. E, como já era esperado, assustei todo mundo. Depois de ter ouvido uns dez ou quinze minutos de reclamação meus avós finalmente aceitaram o bichano. A princípio foi “que gato mais feio”, depois “ah, mas até que ele é bonitinho” e por fim já estavam brincando com ele. Aos pouquinhos aquela coisinha magrela e amarela foi tomando espaço na nossa vida. Ocupou o quarto, a sala, a casa toda e quase simultaneamente nossos corações. Quando percebi, ele era a primeira coisa que buscava quando voltava para casa no fim do dia.

Com o tempo fui percebendo que ele era muito além de apenas uma coisinha fofa que derrubava os jarros de flores. O gatinho se tornou um grande e fiel amigo. Todas as vezes em que eu adoecia ele ficava ali, deitado comigo, até eu melhorar, fato que acontecia também quando eu estava triste ou cansada. E, às vezes, ainda tinha o direito de ganhar um carinho e um beijinho de nariz.

Ele me ensinou muitas coisas e, dentre todas, a mais importante foi a forma simples de viver os relacionamentos. O gato não precisa fingir ser o que ele não é para agradar alguém, ele só é. Quando ele quer carinho, ele busca carinho; quando não quer, ele vai viver as coisas-de-gato dele. Mas, ao mesmo tempo, ele não exige nada de você, te permite querer também. E essa é a forma mais harmoniosa de se viver em conjunto.

Minha vida mudou muito nesses meses de convivência com o Jujucat, mas sem dúvidas mudou pra melhor. Posso afirmar que se eu sou feliz é graças a ele, que me faz tão bem. O bichinho vem pra alegrar e colorir nossos dias. Arrisco a dizer que não existe remédio melhor pra cabeça e nem para o coração. E hoje sou só GATIdão.

Maria Julia Rodrigues

Como planejar o conteúdo para mídias sociais

16 de maio de 2016
O guia da Mosaico Comunicação Jr. sobre planejamento e criação de conteúdo para as redes sociais tem como objetivo ajudar o desenvolvimento de empresas com seu público externo, através elaboração de assuntos direcionados ao público-alvo, com o intuito de aumentar o acesso e o alcance da marca, fidelizando os clientes. As mídias sociais são uma forma de interação entre a empresa e o consumidor, tornando-se formadores de opiniões e trazendo-os para mais perto dos produtos oferecidos. Confira o passo a passo:


O que é a sua marca?

Primeiro, esboce o perfil da sua marca. Descubra quais são os valores e a missão, quais os objetivos e onde você quer que ela chegue. Faça isso de forma que transmita algo para os possíveis clientes.


Para quem é a sua marca?

Defina o público-alvo, pense nas pessoas que conhecem a sua empresa e naquelas que podem mostrar interesse. Liste esse público para descobrir o tipo de conteúdo pelo qual irão buscar.



Qual o tipo de conteúdo esse público procura?


Sabendo a sua marca, seu público e seus interesses, encontre a melhor forma de transmitir sua mensagem. Escolha as redes sociais que eles mais utilizam e produza conteúdo. As fotos (e vídeos) de seus produtos servem atrair as pessoas, depoimentos de clientes satisfeitos exemplificam a qualidade de seu serviço, a história de sua empresa mostra uma relação de proximidade com seu consumidor... São diversas opções que devem ser avaliadas de acordo com o que quer transmitir para o público-alvo.


Planeje o conteúdo

Criar um plano de conteúdo garante que nada seja esquecido e que você tenha o controle das publicações. Separe os temas centrais de suas publicações, como fotos, depoimentos e dicas. Escolha temas que tenham relação com seu produto, para que eles não fujam do que seu público principal busca.

Busque datas comemorativas e tente relacioná-las de forma coerente com a sua marca, se houver algum evento que interesse seu público, divulgue. Promoções são uma ótima ideia para fidelizar os clientes. Fique atento as tendências do mercado em relação as publicações nas redes sociais e tente trazer isso para sua empresa.

Com o conteúdo planejado avalie a mensagem que quer transmitir, se irá alcançar seu público e se escolheu a melhor maneira possível para transmitir a mensagem.


Agende o conteúdo

Procure agendar as publicações de acordo com o horário em que seu público-alvo está online. Para isso é necessário uma pesquisa em que aborde os dias da semana e o horário que estas pessoas consideram ideais para ler o seu conteúdo. Aproveite e descubra temas que eles tem interesse e talvez você não tenha listado antes. O agendamento de publicações também ajudam você a ter tempo de buscar novos assuntos.


Benefícios

A comunicação externa de uma empresa é essencial para aqueles que desejam conquistar os consumidores pela qualidade do serviço e pela proximidade com a marca. Dessa forma, o aumento do impacto de mídia ajudará sua empresa a fidelizar os clientes esperados e captar novos, além de aumentar a reputação e estreitar o relacionamento entre a marca e o consumidor.

Letícia Carvalho

10 filmes que todo jornalista tem que assistir!

15 de maio de 2016

Correr atrás de fonte que não responde às ligações e nem aos e-mails, ter a xícara
de café sempre cheia ao lado do computador, trabalhar com situações limite, expor-se a
situações de risco pelo bem da profissão, estabelecer um contrato com os leitores, ter
poucos minutos para apurar e escrever uma matéria, entrevistar personagens que você
jamais imaginou que entrevistaria, tudo isso faz parte da profissão que decidimos seguir: o
jornalismo. Pensando nessa vida corrida e que a gente tanto ama, aqui está uma lista com
os melhores filmes sobre a nossa profissão e que farão parte da nossa formação:

1 - Todos os homens do Presidente (All the President’s men)
Em 1972, sem ter a menor noção da gravidade dos fatos, um repórter (Robert Redford) do
Washington Post inicia uma investigação sobre a invasão de cinco homens na sede do
Partido Democrata, que dá origem ao escândalo Watergate e que teve como consequência
a queda do presidente Richard Nixon. Considerado essencial para a formação jornalística, o
filme ganhou 11 prêmios, incluindo 4 Oscars, o maior prêmio da indústria cinematográfica.

2 - Cidadão Kane (Citizen Kane)
Filme de 1941, conta a ascensão de um símbolo da imprensa americana. De garoto pobre
do interior a magnata de um império do jornalismo e da publicidade mundial, foi inspirado na
vida do milionário William Randolph Hearst, marco da história do jornalismo.

3 - Medo e delírio (Fear and loathing in Las Vegas)
A comédia é baseada no livro de de Hunter S. Thompson, jornalista e escritor americano.
Enviado para Las Vegas para cobrir o Mint 400, uma corrida de motos no deserto, o
jornalista Dr. Thompson (Johnny Depp) e seu advogado (Benicio Del Toro) se encontram
numa cidade onde somente drogas poderosas podem fazer com que as coisas sejam
ligeiramente normais. A trilha sonora conta com clássicos dos anos 70, incluindo Jefferson
Airplaine .

4 - Os gritos do silêncio (The killing fields)
Sidney Schanberg (Sam Waterston), repórter do The New York Times, vai cobrir a guerra
civil do Camboja. Lá torna-se grande amigo de Dith Pran (Haing S. Ngor), intérprete e
também jornalista. Juntos eles testemunham atrocidades, tragédia, loucura e esperança.
Schanberg volta para casa e ganha o prêmio Pulitzer pela cobertura, enquanto seu amigo
Dith Pran encara um triste destino no país agora comandado pelo Khmer Vermelho. O filme
fala sobre ética jornalística e nos faz pensar até onde vai o poder do jornalista.

5 - Salvador - o martírio de um povo (Salvador)
Richard Boyle (James Woods), um jornalista desacreditado profissionalmente e com sérios
problemas financeiros, viaja como correspondente estrangeiro para El Salvador em
companhia de um amigo (James Belushi). Lá ambos descobrem um país em plena guerra
civil, onde os direitos humanos não são respeitados e crianças, mulheres e clérigos são
assassinados sem a menor cerimônia com total impunidade.

6 - Quase famosos (Almost famous)
Lançado em 2001, fala sobre um fã ávido por rock'n'roll que consegue um trabalho na
revista americana Rolling Stone para acompanhar a banda Stillwater em sua primeira
excursão pelos Estados Unidos. Porém, quanto mais ele vai se envolvendo com a banda,
mais vai perdendo a objetividade de seu trabalho e logo estará fazendo parte do cenário
rock dos anos 70.

7 - Cidade de Deus
Único filme brasileiro da lista, conta a história de Buscapé (Alexandre Rodrigues), um jovem
pobre, negro e muito sensível, que cresce em um universo de muita violência. Buscapé vive
na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos da
cidade. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé acaba sendo
salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga
carreira na profissão. É através de seu olhar atrás da câmera que Buscapé analisa o dia-a-
dia da favela onde vive, onde a violência aparenta ser infinita.


8 - A primeira página (The front page)
Quando Hildy Johnson (Jack Lemmon), o principal repórter do jornal de Chicago, resolve
deixar o trabalho para poder se casar com Peggy (Susan Sarandon), seu implacável editor-
chefe, Walter Burns (Walter Matthau), se irrita e faz de tudo para convencê-lo a ficar na
redação. Assim, Burns aproveita a oportunidade de que o assassino Earl Williams (Austin
Pendleton) vai ser mandado para a forca e faz Hildy cobrir a execução. Só que o preso
escapa e vai se refugiar justamente na redação do jornal.


9 - Rede de intrigas (Network)
O âncora Howard Beale (Peter Finch) recebe a notícia de que está demitido em razão dos
seus baixos índices de audiência. Um dia, com o programa no ar, comunica a sua saída da
emissora e avisa que se matará ao vivo na próxima semana. É imediatamente afastado,
mas diante dos apelos do público a emissora decide voltar atrás. A partir de então ele passa
a encarnar o profeta louco e seu comportamento insano tem recepção altamente positiva.
As pessoas responsáveis pela sua ascensão, no entanto, agora precisam encontrar uma
forma de detê-lo.


10 - O informante (The insider)
Em 1994, ex-executivo da indústria do tabaco deu entrevista bombástica ao programa
jornalístico "60 Minutos", da rede americana CBS. Dizia que os manda-chuvas da empresa
em que trabalhou não apenas sabiam da capacidade viciadora da nicotina como também
aplicavam aditivos químicos ao cigarro, para acenturar esta característica. Na hora H,
porém, a CBS recuou e não transmitiu a entrevista, alegando que as consequências
jurídicas poderiam ser fatais. Baseando-se nesta história real, O Informante narra a
trajetória do ex-vice- presidente da Brown & Williamson Jeffrey Wigand (Russell Crowe) e do
produtor Lowell Bergman (Al Pacino), que o convenceu a falar em público.

Agora vamos lá, adiem o deadline e assistam esses clássicos da profissão!


Sofia Pacheco


Amélie Poulain e o heroísmo cotidiano

29 de abril de 2016

 Escrito e dirigido por Jean-Pierre Jeunet, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain, 2001) é considerado um clássico do cinema francês.  O filme conta a história de Amélie (Audrey Tautou), uma menina que cresce isolada das outras crianças, criada por pais rígidos e distantes. Com a morte prematura de sua mãe, seu pai ergue um muro de isolamento ao seu redor, aumentando ainda mais a distância entre si e a filha, que cresce solitária, confortada pelos sonhos e pela imaginação.  Tais acontecimentos influenciam fortemente o desenvolvimento da jovem e a forma como ela se relaciona com as pessoas e com o mundo depois de adulta, quando se muda da casa de seus pais, no subúrbio, para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete.

Certo dia, porém, ela encontra no assoalho de seu apartamento uma caixinha com brinquedos e figurinhas pertencentes ao antigo morador do apartamento. Resolve procurá-lo e lhe entregar o pertence, anonimamente. Ao ver a reação do homem ao reencontrar suas lembranças, Amélie decide que irá concertar a vida das pessoas ao seu redor. Envolvida em pequenas aventuras, a fim de trazer conforto e felicidade aqueles que a cercam, ela descobre um novo sentido para a vida. Ao esbarrar em um rapaz no metrô, no entanto, acaba tendo que descobrir como ajudar a si mesma na busca de algo que irá mudar seu destino: o amor.

Embora em nada se assemelhe com os típicos filmes de super-heróis, a obra traz uma história de heroísmo tão ou mais impressionante que as grandes produções hollywoodianas. A protagonista, apesar de não ter nenhum superpoder ou lutar contra poderosos vilões, realiza atos de bondade e coragem que mudam a realidade em que vive. A obra, que trata da fragilidade dos tempos e da delicadeza nas relações, mostra que há beleza e grandeza nos pequenos feitos, e que qualquer um é capaz de fazer bem.

Assim como a jovem, nós também podemos nos transformar em super-heróis. Como ela, não precisamos de nenhum poder especial além de coragem e vontade de fazer o bem. Podemos nos tornar heróis de nossas próprias vidas. E mudar o mundo que vivemos. Basta querer. Há certo momento do filme em que uma personagem diz a seguinte frase: “São tempos difíceis para os sonhadores”. Sim, são tempos duros para aqueles que ainda ousam sonhar, e é o que faz com que continuar sonhando seja por si só um ato heroico. Para aqueles que ousam viver o que acreditam, e vencem com leveza a dureza dos dias, o heroísmo se faz realidade, e destino se mostra fabuloso. Tão fabuloso quanto o de Amélie Poulain.


por Clara Fernandes 

Cores de Frida Kahlo, cores

22 de abril de 2016








“Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade.” Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon foi pintora, revolucionária e feminista. Uma das figuras mais importantes do México e atualmente ícone de liberdade e autenticidade do mundo ocidental.

Frida nasceu em 6 de julho de 1907 em Coyoacan e, patriota, sempre fez questão de enaltecer a cultura do seu país, o México. Sua imagem é marcada pelas roupas estampadas, flores no cabelo, além da icônica sobrancelha. Viveu intensos 47 anos. Aos seis anos, contraiu poliomielite, deixando um dos pés atrofiado e uma perna mais fina que a outra e, doze anos depois, sofreu um acidente de bonde, em que uma barra de ferro ultrapassou seu abdômen tendo sido necessárias 35 cirurgias para que se estabilizasse.

Durante seu período de recuperação, Frida Kahlo pintou 55 autorretratos, dando luz à artista. A obra de Frida procura sintetizar a visão da pintora de mundo e de si mesma e o sofrimento tem frequente presença. O início do sucesso começa quando procura o famoso pintor da época Diego Rivera, com quem teve um intenso e turbulento casamento.
Sofreu abortos, foi traída e traiu.

 Frida é o exemplo da força da mulher: soube transpor a dor de seus dias turbulentos nesta terra em quadros vívidos de cores, por meio de composições engmáticas e surreais. A capa da Vogue em 2012 só confirmou sua supremacia. Frida Kahlo foi resistência e foi liberdade - sua inspiração se faz tão atual para as mulheres de nossos dias, que a força de sua imagem é hoje um dos símbolos do feminismo no mundo.


por Mariana Ribeiro

A geração dos nossos pais

13 de abril de 2016

Pais e Filhos é uma música,  um motivo de reflexão, tema de livros e programas de TV. Sim, nossos pais ainda são crianças como nós. E crianças gostam de colo.
   
Não quero discorrer aqui sobre todas as lutas ganhas pela geração dos nossos pais (que são muitas), mas sim as lutas deixadas como heranças, que não estão perdidas porque nós somos a continuação, e autores das histórias de quando formos as crianças do amanhã. Aliás, a geração dos nossos pais ainda está nos rendendo muitas causas.
   
Ainda temos que lutar pela posição da mulher na sociedade, precisamos nos colocar no lugar de diversas mulheres, principalmente no lugar daquelas que não conhecemos as dores. Ainda temos que lutar pela liberdade do amor em todas as suas formas, e também entender o respeito como o maior dos amores. Também é necessário que lidemos com a ideia de que escolhas não tornam as pessoas diferentes,  mas sim as fazem mais felizes, e  nós nos tornamos mais diversificados e melhores.
  
  Nossa geração ainda tem que combater o racismo, provar que um mundo mais colorido é mais bonito, mais solidário. Temos que nos colocar no lugar dos outros, pensar fora da caixa e não aceitar qualquer coisa imposta como normal. Queremos igualdade e faremos. Queremos competência e temos. Queremos ir além das tecnologias e vamos. Queremos ser muito mais do que a geração predestinada a ganhar o mercado de trabalho, e seremos.
   
Precisamos repensar e refazer a política, democratizar as mídias, dar voz a quem não tem vez.
   
Ah, nossa geração deve promover o cuidado para todos “que já escreveram e fizeram sua história”, e valorizar como saudável cada acento que vamos colocar no lugar. Imagina se já tivesse tudo pronto? A nossa herança seria o comodismo?
   
A geração dos nossos pais não deixou nada pelo caminho, apenas rastros, que apesar de não serem rotas já traçadas, ainda assim tem inúmeros conselhos para nos dar. Experiências para nos contar. Sente, escute, faça.
   
Seja a geração que você quer deixar pros seus filhos, não entregue o mundo pronto, e ao mesmo tempo não deixe de fazer. Quem sabe um dia, algum dos herdeiros das nossas lutas não escreva uma nova  geração dos nossos pais, porque não é aqui que acaba nem a história, nem as causas.

por Isabella Salles